domingo, 26 de outubro de 2008

domingo 26.10.08

a solidão vazia de um domingo
nua
divago pelos meus sonhos
descartando fantasias
varrendo cacos
procurando norte.

eu.
só eu
sempre eu.

hoje não...

tristemente ridículo
nesta fuga constante
vim desaguar
neste mar deserto
onde me afogo em apatia

desenhei uma vida fácil
neste mapa
que o vento me arrancou das mãos

não vejo nada
desorientado
cego
errante
escuridão

apatia: desilusão
medo. pavor. solidão
morte
estagnação

agarro-me à única certeza que posso ter
aquela que me diz que algures dentro do meu ser cavernoso
escondida
existe um chama que arde, resiste e não se apaga

tímida
sussurra-me ao ouvido
meigamente
que nada o que se sente é em vão
implorando-me para acreditar

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