segunda-feira, 13 de outubro de 2008

arrastado

arrastam-se as horas ,
estranhas, imágens cintilantes vultos deformados
fundem-se com o infinito no horizonte da minha existencia
e tudo é absurdo
o cansaço de vagear perdidamente á procura de um sentido
o cansaço de não encontrar porto para tudo o que sinto
o cansaço de me sentir, de carregar comigo
vida adentro, sonho fora
já pensei ser feliz,
á luz doque vivi, agora, nem sei se o realmente fui
de me ver aqui,
o granizo da solidão, o frio que é o vazio de emoção, carregar este mundo de sentimentos sem ter onde desembocar
errar perdidamente sem ter onde caír, quando o nada vier para me consumir
quando a fantasia a que me tenho agarrado perder o brilho astral poente que me orientava
quando tudo pelo que desesperei se estatelar dolorosamente na realidade de não existir
o medo aterrador que me corroi interiormente
o medo desconcertante de saber sobriamente que és (?) uma ilusão
afogo o desconforto num espasmo alcoolizado de desespero
repetidamente, exageradamente....
á espera que o acaso me traga uma solução, que a vida me dê uma razão
para ter coragem de olhar em frente
eternizo momentaneamente toda a convulsão emocional que me distorce a lucidez
o fogo gelado que me queima eternamente desfaz todo o desejo resolve qualquer ponte que se me teria aberto
longe deste quarto escuro da minha existencia
onde vivo fechado, no meu sono alado
neste choro ensurdecedor quem tem ditado o meu fado

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